As emoções e o uso das redes sociais é um tema de suma importância no que toca à comunicação não verbal. Por um lado, a participação em redes sociais tem aspectos positivos, por outro traz alguns problemas para a manutenção da saúde mental.
Com certeza, a quantidade de informação hoje disponível é muito mais dinâmica, abundante e mais distribuída do que nos tempos em que devíamos consultar a enciclopédia Barsa para fazermos um trabalho escolar.
A disponibilização da informação por meio de dispositivos móveis é outra característica positiva que a tecnologia nos proporcionou. A mobilidade!
Você pode conferir fatos, averiguar histórias em qualquer lugar que tenha cobertura da Internet. Como tratei em outro artigo Engenharia Social – Exemplos e dicas de prevenção, você pode, até mesmo, conferir fotos sobre uma história que estão te contando.
Aqui você vai ver:
O processo de aceleração e a elevada oferta de informação é intencional?
Não acredito que o início do processo de aceleração do consumo de informação tenha sido intencional. Entretanto, nesse contexto, pode existir a intenção de alguns setores em vincular o consumo da informação à veiculação de peças publicitárias e de propagandas.
Como seria muito trabalhoso produzir conteúdo em ciclos de tempo cada vez menores, nada mais interessante do que estimular a população produzir esses conteúdos voluntariamente.
As redes sociais se aproveitam da vontade inerente ao ser humano em querer mostrar a si, as suas conquistas, pensamentos e realizações. Apropriam-se desse conteúdo e a ele vinculam os anúncios.
A aceleração desse processo, sob esse ponto de vista, serve ao propósito de acelerar a veiculação dos anúncios. Como a lógica comercial deles é pelas visualizações, quanto mais isso ocorre, mais o anunciante paga.
É difícil entender como alguém pagaria um anúncio por visualização ou mesmo por alguém que “clicou”, uma vez que é um processo que não pode ser auditado. Quem veicula os anúncios, é quem te garante que alguém “visitou” o seu conteúdo….
Isso nos faz pensar nos impactos nas emoções durante o uso das redes sociais.
Qual é o papel dos algoritmos das principais redes sociais nesse processo?
Os algoritmos substituem a “força de trabalho humana” nas redes sociais. Por meio deles, é possível acelerar o processo, pois as máquinas não estão limitadas à velocidade dos processos cognitivos humanos.
Essa é uma das explicações sobre como tudo começou. Talvez um grande acaso, pois os algoritmos trabalhavam muito mais rápido do que os humanos nas redes sociais.
A partir disso, alguém percebeu que a enorme quantidade de pessoas nas redes poderia ser algo rentável. A rede disponibiliza os meios e associa as propagandas. Acelera o processo para que o ciclo possa ocorrer cada vez mais rápido. O resultado para as redes é o seu enriquecimento financeiro.
Além disso, os algoritmos são elaborados para direcionar e limitar a exibição das postagens. Diante disso, resta ao usuário três opções:
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- produzir mais conteúdo, na tentativa de atingir a sua audiência;
- contratar a ampliação do público para o qual a exibição do seu conteúdo é realizada, aderindo assim à lógica comercial da rede social;
- Desistir de colaborar com esse processo e usar a rede episodicamente ou deixar de utilizá-la na lógica por ela promovida.
Tudo isso ocorre porque o usuário da rede assume pressupostos equivocados acerca da sua relação com a rede social:
-
- Que a rede faz um favor permitindo que o seu conteúdo seja veiculado;
- Que ele não é, de certa maneira, empregado da rede quando produz o conteúdo sem o qual os anúncios não seriam apresentados;
- Que o seu conteúdo é um entre uma enorme quantidade de outros e que a sua produção [ou a decisão de não produzir] não faz diferença.
Na verdade. O seu conteúdo serve de veículo para que as redes aufiram o ganho. Sem o nosso conteúdo, não haveria veiculação de propagandas….
Impacto nas emoções durante o uso das redes sociais.
A demanda de fazer cada vez mais atividades em menos tempo leva o consumidor de conteúdos a acelerar o processo de assimilação ou de acomodação [Piaget – para tratar de uma teoria aceita e conhecida] fazem com que os áudios e vídeos sejam acelerados.
Essa aceleração não tem desdobramentos apenas nos processos cognitivos, como intencionalmente esperados, mas nos processos emocionais e também naqueles dependentes da interação humana.
Faz pelo menos uma década que agregadores de podcast permitem a aceleração de áudios. É comum assistir vídeos e aulas no Youtube em velocidade 2. Entretanto, o efeito ansiogênico disso tem sido estudado.
É fato também que, ao acelerar o áudio de um conteúdo, se perca a percepção da entonação e de outras características paralinguísticas tão importantes para a construção do significado.
Sobre a construção de significados e sua importância no psiquismo humano, vejam as seguintes postagens:
Crenças e Valores. Como isso funciona?
Que perspectiva de ser humano embasa nossos artigos?
Matéria interessante sobre o tema (em inglês)
Boa leitura e um abraço
Sergio Senna
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Toda terça-feira, um tópico sobre educação socioemocional, linguagem corporal e emoções.
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