A mentira no debate político: omitir é mentir?

Omitir é mentir? Essa é uma pergunta importante!

♦ ATENÇÃO

O processo comunicativo é omissivo por natureza. Não há tempo para falar e dar todos os detalhes indefinidamente.

Nesse contexto, o debate político é persuasivo devido à sua natureza instrumental na democracia. Nesse contexto, seria ingênuo não considerar que a comunicação persuasiva seria sempre empregada em sua forma mais ética. É neste cenário que o estudo da mentira é importante.

É, portanto, frutífero estabelecer uma relação entre persuasão, mentira e suas modalidades no contexto do debate político. A principal questão atinente às técnicas de persuasão está relacionada à ética em seu uso para influenciar o processo de tomada de decisão, o comportamento e as atitudes das pessoas.

♦ FATO

O emprego da omissão como estratégia de persuasão e seus resultados nos processos decisórios estão bem documentados nos estudos científicos. No entanto, há evidências científicas de que, no contexto do exercício da autonomia, não há determinismo por meio da persuasão.

Cada um de nós, diante dessa percepção individual, desenvolve protocolos pessoais para verificar interações, informações e, principalmente, como a mobilização de emoções pode afetar nosso processo de tomada de decisão.

♦ FATO

Os estudos mostram que a experiência constante e a intensa exposição às técnicas de persuasão alteram a forma como as pessoas percebem o uso dessas técnicas. 

 

Conheça o texto completo:

 

Abstract

Political debate is often persuasive because of its instrumental nature in democracy. It would be naive not to consider that persuasive communication would be always employed in its most ethical way.

It is in this context that the study of lies is paramount. It is therefore fruitful to establish a relationship between persuasion, lying, and their modalities in the context of political debate. The main issue regarding persuasion techniques is related to ethics in their use to influence people’s decision-making process, behavior and attitudes.

The use of omission as a persuasion strategy and its results in decision-making processes is well documented in scientific studies. Nevertheless, there is scientific evidence that, in the context of autonomy, there is no determinism through persuasion. The studies show that constant experience and intense exposure to persuasive techniques change the way people perceive the use of these techniques.

Each of us, in the face of this individual perception, develops personal protocols to verify interactions, information, and, mainly, how the mobilization of emotions can affect our decision-making process.